sábado, 8 de março de 2008

A ausência em cada um de nós





Ausência


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.



Vagueava pela net depois de ter escrito o post "Ausências e realidades" e encontrei este poema de Carlos Drummond de Andrade

Um comentário:

Semente disse...

Ainda bem que voltaste.
Já tinha saudades de te ler...
Já estava a ficar preocupada.

Apesar do Azul, nem sempre os dias são todos azuis...

Beijos enormes*