segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Outono

Hoje começou o Outono.

Despedi-me do Verão no sítio que melhor o retracta, a praia.

Eu, a minha mãe, o Egas e o Batuka.

A minha mãe lia e ria ao ver-nos brincar.

Sinto-me em sintonia quando estou rodeada por quem amo.

Brinquei, levei com areia, corri... vivi.

Abraçei o Outono e disse Até já ao Verão.


Em tom de despedida o nevoeiro envolveu a praia.

E nós viemos.


Lá atrás as pegadas.





Obrigada Egas pelo incondicionalismo de sempre. És um grande Amigo.

Obrigada Batuka pela boa disposição, pelas gargalhadas que ajudaste a soltar.

Obrigada a ti minha querida mãe pelas eternas horas de companheirismo que passamos juntas.


Obrigada Universo pelo momento proporcionado.


segunda-feira, 15 de setembro de 2008



Sinto-vos.

E com este sentir quase vos toco.

Lá dentro, bem no fundo.

Na minha condição humana quero sentir o vosso toque mas como alma sei que nos tocamos vezes

sem conta.

É ser Humana e ter uma alma dentro de um corpo. Quero sentir sem o material que é a carne

mas não tenho a capacidade de me separar da minha condição.

O Amor toca. Sinto a vossa carícia junto ao peito. Abraçam-me o coração.

E este sentir, neste momento, é tudo o que tenho.

terça-feira, 9 de setembro de 2008


Fui.

Não parti. Fiquei.

Ali. A olhar.

A respirar.

A não querer. A não acreditar.

Depois, parei.

Pensei e adormeci. Sonhei com nada.

Depois acordei, misturei tudo, pus num frasco e fechei a tampa.


Lá dentro o invisivel.

A suspensão do momento chegou.

E eu fui.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

APADRINHA ou ADOPTA

Olá eu sou o Bennie :)


Hoje fui à Associação de Protecção aos Cães Abandonados (APCA).

Rua do Canil, 8 - São Pedro de Sintra

O meu coração à muito me dava sinais... "Vai... Vai lá..."

Todos os dias vou ao site www.apca.org.pt

Mas hoje a visita deixou de ser virtual.


O impulso do coração falou mais alto e apadrinhei o Bennie.


Meigo e com o olhar mais terno do mundo. De cauda a abanar lá fomos nós dar o nosso primeiro passeio por São Pedro de Sintra.


Correu tudo muito bem.

Sinto-me muito Feliz por poder contribuir para a felicidade de um ser que não tem a culpa de ter tido pouca sorte com os "donos"...

Quero ir lá muitas, muitas vezes para dar muito carinho ao meu novo afilhado.



E digo a quem ler este Post (sei que serão poucas as pessoas...)

Vale a pena apadrinhar quando sabemos que não podemos adoptar.

"A luz que o sol me dá não chega para me aquecer...

O amor que o mundo tem não vem dizer está tudo bem...


Ao espelho eu chamo alguém na esperança de a ti te encontrar...


Não quero ficar perdido...


Espero alguém que eu possa "abraçar"...

Que eu tenha a tempo inteiro junto para poder amar...


Que fique comigo..."



APADRINHA ou ADOPTA.


Acima de tudo AMA.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Morri



Ia pela rua.

Um grupo de pessoas chegou-se a mim, eram talvez cinco ou seis jovens adultos, homens e

mulheres.
Pediram a minha atenção, pedir no sentido de... "dê-me uma ajudinha, só uma

moeda".


Eu respondi que não, não estava interessada, desejei um bom dia e segui o meu caminho.


Mas uns passos depois fui interrogada novamente... "já disse que não ao seu colega, não insista..."

Continuei.

Um deles olhou para mim e disse: " Não quer ajudar, então vai ver o que lhe faço!"

Levei um tiro na cabeça. E morri.
Morri para o exterior, para o mundo físico, material.

Uma Luz branca, quente e aconchegante abraçou-me.

Um novo mundo abriu dentro de mim. Demorei uns segundos a morrer e pensei:

" Eu, eu Ser Humano, cumpri a minha missão nesta vida".


Nunca senti uma única dor em relação ao tiro. O meu corpo morreu.

Percebi que estaria para sempre viva no novo mundo que naquele momento se abriu ou se

revelou para mim.


O Espírito não morre.



Senti tudo isto num sonho que tive à 3 noites.

Será apenas um sonho?





terça-feira, 1 de abril de 2008

Poema azul...


A ansiedade das horas...

A vertigem do tempo que vai faltando...

O dia que vai crescendo...

Caindo...

Por cima de nós...

Escondendo-nos...

Do mundo...

Revelando

A face oculta... azul

Da existência.

(anónimo)


segunda-feira, 17 de março de 2008

Insanidade


Procuro no delírio da minha solidão.


Fecho os olhos e questiono-me: Até onde vai a minha loucura?


Porque não sei, porque sempre procurei, sem nunca achar, porque na minha insanidade,

não desisto de obter respostas.


E isto não me leva a nada...

Escavo, arranho, torturo-me na simples busca de um sinal
, ao fim ao cabo, uma ilusão.

E depois sinto tudo isto que sei que está dentro de mim e que me exalta e provoca e eu...

sem conseguir fazer frente a este sentimento que me consome, porque eu nunca irei alterar nada.


Ainda aqui estou.

E tu?

Ainda aí estás?


sábado, 8 de março de 2008

A ausência em cada um de nós





Ausência


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.



Vagueava pela net depois de ter escrito o post "Ausências e realidades" e encontrei este poema de Carlos Drummond de Andrade

Realidades e ausências


Ausência.

Palavra usada vezes sem conta e que nos define, ou não.

Estou ausente sem o estar, porque estou aqui, onde sempre estive.

A ausência é subjectiva.

Desculpa. Porque tenho estado ausente. Não, eu não fui para fora... quer dizer para outro sítio físico.

Estive ausente de mim ou por outro lado... completamente mergulhada em mim e longe do mundo circundante.


O que nos faz estar assim?
Estar, sem estar?

Penso nisso e dou comigo a estar fora, fora disto, desta realidade que não passa de utopia.


O que é a realidade?

A verdade é que quando estou "ausente"... ausência é a minha realidade. Mas para quem está ao pé de mim... eu não estou. Porque dizem... "estás com a cabeça na lua?!"

Ausência de mim mesma ou loucura.

Estar e não estar.


Realidades e ausências.





Ideias que se repetem, se misturam, se embrulham.
Escrevo para me encontrar porque acredito que aquilo que os lábios não dizem a alma fará brotar através da escrita.



Mundo azul ... num mundo de ausências.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

...às vezes Verde*




O verde...

Hoje passei o dia na serra.

Nasci aqui, e apesar de muitas serem as vezes em que contemplo este ex-libris da natureza, a verdade é que me arrepio, que me emociono cada vez que aqui venho.

Quando aqui estou, neste canto que me viu nascer, sinto que estou no sítio certo, porque me completa, porque tem a capacidade de me surpreender e encantar, SEMPRE.

É raro sentir que algo que me completa desta maneira tão profunda.

A serra começa, passa por mim e eu por ela. Brinco nas raízes das árvores, contemplo as copas que se encaixam na sua altitude como um puzzle.

E elas brincam umas com as outras, que eu bem vejo...

Começa mas não acaba. Sinto a bruma que me envolve e penso no tempo que não passa quando somos crianças. O dia era tão grande...
E quando estou na serra... das duas uma: ou os dias têm mais horas ou sou eu que volto a ser criança.

Deito-me no chão e observo as árvores que brincam e
eu parada, ali deitada, e elas com aquelas fortes raízes que as prendem à séculos;
nós estamos prá' li.

Brincamos sem nos tocar porque ambas pertencemos áquele sítio.

Raízes na terra... e espírito que se sente livre.

Sinto que ainda lá estou, porque...

Na verdade, eu desconfio que as minhas raízes descansam lá em cima...



Mundo Azul, às vezes Verde*

terça-feira, 29 de janeiro de 2008


Estava a dar uma vista de olhos em papéis antigos e encontrei este texto. Foi escrito a 5 de Maio do ano 2000. (tinha 17 anos)


Um poeta precisa de espaço. Correr mundo, expandir o seu dom natural de absorver a terra que o rodeia. De uma maneira energética. Transmintindo-lhe forças e inspirações profundas para o acto da sua criação poética.

Por vezes o espaço pode ter dois sentidos latos. O do conhecimento da vida, do dia a dia, da sensação e experiência de existirmos enquanto personagens de um mundo de ligações e sonhos, de desejos, de vivermos bem no espaço em que estamos. Por outro lado, ao pegar numa folha e num lápis, o poeta vai onde quiser.

Dadas as circunstâncias, neste e nesse momento somos tudo e vamos até ao infinito dos limites. Porém existe o perigo vivermos num mundo de utopias.

O facto de atravessarmos um portal mágico... que não obedece a tempo, espaço, dimensão, é a prova de um modo abstracto, de que somos livres de alma enquanto fazemos parte do tal portal de utopias que são reais por escassos momentos de elevação a um plano que nos faz sentir em paz e em harmonia com a plenitude das estrelas.

É um embalo aconchegante de um quadro livre, de beleza transparente, que nos protege e nos dá luz.

A luz da noite é importante para o meu aconchego interior. Uma cumplicidade. É um saber que existe aquela ligação terna de pertença, de um modo saudável, e de tudo o mais profundo e verdadeiro que essa luz nos transmite.

Vaguear, na poesia e em tudo é uma forma de expressão, de libertar as pressões e tensões de um mundo sábio mas inexplicavelmente mesquinho e rude.

É termos nas mãos a chama da vida e de tudo o que nos faça sentir bem, e por outro lado a chuva que a apaga fazendo com que se torne fumo e num plano posterior, cinza.


Há que gritar e compreender que nas dimensões planetárias a alma está "presa" ao corpo mas a mente vagueia. -Onde? Não sei, por aí.

Será um dom? Ou simplesmente um modo mais abstracto de encarar o mundo?

Existem momentos em que parece estarmos perdidos, porque vivemos nessa dimensão que, pensamos nós, às vezes, quando não reflectimos, que talvez sejamos os únicos a pensar e a sentir dessa maneira. É nessa altura que nos sentimos sós.

Mas o corpo chama-nos para o que penso que a "maioria"chama "o real" e que acordamos por momentos e voltamos (sem nunca o termos deixado de ser) pessoas que vivem limitadas por uma sociedade de leis que nos privam de viver.

Na poesia, na escrita, na origem real e profunda do que é verdadeiro, somos raros em tudo, porque o espírito vive. Vive em mim, em ti, nele, nela e no mundo de forças, para quem acreditar e as sentir.

Essas pessoas, esses seres, essas almas com esses espíritos vivem para sempre.


Este texto, para mim, e apesar de 8 anos terem passado, continua a fazer sentido.
Ainda tenho em mim a noite em que escrevi este texto. Senti o toque de uma mão "superior".
Nunca esquecerei. Li e reli porque interrogava constantemente se teria sido eu a autora. Talvez sim, talvez não. Nunca terei a resposta.

Mundo Azul*

sábado, 26 de janeiro de 2008

Aqui e agora


Queria acordar noutro mundo.

Sentir que tudo era verdadeiro na sua plenitude.

Deixar para trás tudo o que magoa, que faz doer daquela maneira tão profunda...

Mesmo sabendo que a dor faz parte do percurso, do desenvolvimento e que tantas vezes torna a alma "maior" porque ela aguenta TANTO... é tão forte.

Nesse mundo as almas são assim, fortes e grandes.

Aqui...
às vezes são pequenas porque não vêem a verdade.

Porque está nevoeiro, ou porque as lágrimas embaciam a visão.

Quero o verdadeiro, aqui e agora.

A luz que aclarará a visão, acalmará a dor, embalará a alma.

Eu quero esse colo.
Sentir o aconchego, aquele quente,

aí, nesse momento, eu estarei noutro mundo.

Quero.

Um dia... amanhã

ou ontem.

Quero amar.
Todos. Aqui e agora...

Sem perdas. Sem corpos físicos.
Só o espírito.

Porque assim estaremos todos aqui... sem "separações".

Quero todos aqui e agora.




As tuas mãos eram tão quentes,
O TEU SORRISO O MAIS LINDO.

TENHO SAUDADES TUAS MINHA PRINCESA.


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Se eu voar, sem saber onde vou...
Se eu andar, sem conhecer quem sou... se eu falar, e a voz soar com a manhã
Eu sei...
Se eu beber dessa luz que apaga a noite em mim,
E se um dia eu disser que já não quero estar aqui,
Só Deus sabe o que virá,
Só Deus sabe o que será,
Não há outro que conhece tudo o que acontece em mim!

Se a tristeza é mais profunda que a dor..

Se este dia ja nao tem sabor...

E no pensar que tudo isto já pensei...

Eu sei...
Se eu beber dessa luz que apaga a noite em mim,
E se um dia eu disser que já não quero estar aqui,
na incerteza de saber o que fazer, o que querer,
Mesmo sem nunca pensar, que um dia vais pensar...

Não há outro que conhece tudo o que acontece em mim...!


* Cantado por Sara Tavares

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Trilho*


Quero erguer a cabeça e seguir em frente...

Olhar este ano de frente, dando um passo de cada vez.

Gritar ao mundo num sussurro louco que ainda consigo sonhar.

Dizer baixinho, para mim mesma... tu consegues...
e por aí irei.

Nesse caminho, naquele trilho que me levará até ti,

até mim...

até ao mundo...

ao meu mundo Azul***

Oração Celta



Que jamais, em tempo algum, o teu coração acalente ódio.

Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.

Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro.

Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida.

Que a música seja tua companheira de momentos secretos contigo mesmo.

Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna em cada beijo. Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.

Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.

Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas da tua passagem em cada coração. Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda que liga as almas afins.

Que nos teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente no teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa.

Que o teu coração voe contente nas asas da espiritualidade consciente, para que tu percebas a ternura invisível, tocando o centro do teu ser eterno.

Que um suave acalento te acompanhe, na terra ou no espaço, e por onde quer que o imanente invisível leve o teu viver.

Que o teu coração sinta a presença secreta do inefável!

Que os teus pensamentos e os teus amores, o teu viver e a tua passagem pela vida, sejam sempre abençoados por aquele amor que ama sem nome. Aquele amor que não se explica, só se sente. Que esse amor seja o teu acalento secreto, viajando eternamente no centro do teu ser. Que este amor transforme os teus dramas em luz, a tua tristeza em celebração, e os teus passos cansados em alegres passos de dança renovadora.

Que jamais, em tempo algum, tu esqueças a Presença que está em ti e em todos os seres. Que o teu viver seja pleno de Paz e Luz!



E se depois de lermos, fecharmos os olhos durante uns segundos, tudo isto fará ainda mais sentido.